28 December 2007

Momento filosófico!

As pessoas que são facilmente contaminadas pelo meio onde vivem são vítimas certas do estresse japonês. Aqui as pessoas estão sempre correndo; seja para aproveitar o sinal para atravessar a rua, pegar o trem/metrô ou qualquer outro motivo.

A sensação que tenho é que todos estão sempre atrasados para algo, mesmo nos finais de semana, feriados ou quando não estão vestidos com modelitos típicos de quem vai ou foi ao escritório (aqui tem gente que trabalha de domingo a domingo).

Além disso, existem relógios por toda parte. Hoje, em uma caminhada de 30 minutos em ruas próximas de onde moro, eu contei seis. Os japoneses são super pontuais, mas é difícil imaginar alguém que não tenha relógio de pulso ou celular para conferir cada precioso segundo. Começo a achar que a expressão "tempo é dinheiro" foi criada aqui...

Já me peguei correndo para pegar o trem em um domingo. Quando percebi, parei, respirei e diminui o passo. Eu não estava atrasada, não tinha hora marcada com ninguém e não precisava tirar meu paizinho da forca. Eu só estava seguindo a multidão.

Claro que vejo alguns motivos para isso:

1) A jornada de trabalho aqui é mais longa do que em outros países, então, cada segundo fora do escritório vale ouro. É preciso resolver o que se pode resolver naquelas horinhas que sobram entre acordar-trabalhar-dormir.
2) Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Piscou, perdeu! É impossível fazer tudo, mas alguns se esforçam...
3) Aproximadamente 13 milhões de pessoas vivem em Tóquio, então, não é difícil imaginar que é preciso correr para não se deixar atropelar pela multidão.

Confesso que sinto falta do estilo de vida relax da Nova Zelândia, mas com a idade (ou seria melhor dizer maturidade para não entregar que tô ficando velha?) percebo que a gente é responsável pelo nosso próprio estresse. Não se pode resolver tudo em um único dia porque, como já me dizia minha mãe, é impossível abraçar o mundo com as pernas.

Meu projeto para 2008? Administrar melhor meu tempo. Vou distribuir obrigações e lazer nas minhas horas vagas de forma que eu consiga resolver o que tenha para resolver, namorar o meu marido, ver meus amigos, ir ao cinema, ver televisão, fazer faxina, cuidar de mim, estudar japonês e inglês, fazer atividade física, descansar, dormir, ler, atualizar meus blogs, descobrir alguma atividade que me permita ajudar alguém e, ainda, ter uns minutinhos para deitar no sofá e não fazer nada, só pensar na vida...

Tudo isso depois de uma jornada de trabalho que vai começar às 6h15 (quando levanto da cama) e só termina por volta das 18h, mas que, pela graça divina, só vai de segunda a sexta.

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