09 September 2007

Viagem para Hiroshima - Parte I

Eu, Paul, Gavin (pai de Paul) e Pari (esposa do Gavin) fomos para Hiroshima na sexta-feira. Ficamos dois dias na cidade. Tenho zilhões de coisas para contar, lógico, mas escolhi para tópico número 1 a minha primeira viagem no trem-bala (shinkansen, em japonês). De Tóquio a Hiroshima são 4h no shinkansen.

Depois dessa viagem, eu passei a entender melhor a paixão dos japoneses pelo trem-bala. Nas estações não é raro ver famílias tirando fotos do trem e as crianças, principalmente, olham para ele com um fascínio difícil de explicar. E eu, como estrangeira, ficava torcendo para um dia chegar minha vez de experimentar esse moderníssimo meio de transporte. Finalmente, depois de pouco mais de um ano vivendo no Japão, a sonhada hora chegou. =)

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A plantaforma e os letreiros são diferentes dos trens comuns. Me lembrou um pouco cenário de aeroporto. Um tufão atrasou nossa partida em quase 1h30. É raríssimo isso acontecer aqui, mas não tem como reclamar com a mãe natureza, não é? Então, estávamos meio impacientes. Ah! Teve outro detalhe: nosso trem deveria partir às 6h50 da estação Shinagawa, então tivemos que acordar super cedo. Sono e atraso não são as melhores companhias para uma viagem, sem falar na ansieda para entrar no "bicho".

A velocidade que o trem alcança é facilmente percebida devido à mudança rápida de cenários. Não dá tempo mostrar um detalhe ao seu companheiro de viagem. Piscou, perdeu! Sem contar que o letreiro luminoso dentro do vagão informava: estamos agora viajando a 300 km/h. Fantástico. A minha primeira tentativa de caminhar até o banheiro não foi das mais fáceis - eu estava andando no sentido contrário ao do que o trem estava indo. Depois, me acostumei e até me aventurei a passear por outros vagões. A maioria dos passageiros, dormia.

O trem-bala tem serviço de bordo, mas é pago. Eu já tinha lido que essa era uma das gafes que os estrangeiros mais cometem. Eles pensam que é gratuito, que nem avião. Que nada! Uma amiga também me alertou sobre isso. Além da mocinha que fica para lá e para cá com seu carrinho de guloseimas e bebidas, no trem também é possível encontrar máquinas que vendem bebidas. Uma mão na roda porque depois da metade do trajeto, a moça já não tinha mais água para vender.

Viajamos no vagão para não-fumantes, então Paul se levantou algumas vez para ir aos vagões onde era permitido fumar. No trem que voltamos não era permitido fumar em nenhum vagão, mas eles tinham umas salinhas especiais para os viciados, para sorte do meu marido.

Falando em trem da volta, ele era muuuuuuito melhor do que o da ida. Era novinho, tem cheiro de "carro novo". Também não tinha barulhos, diferente do primeiro. Tive a impressão de que era mais veloz, mas meu marido me explicou que era "psicológico". Entre as cadeiras também tinha mais espaço, o que agradou bastante Paul. Na volta, não teve nenhum atraso. Saímos de Hiroshima às 14h em ponto e chegamos em Tóquio às 17h59, como estava previsto.

Gostei de ter experimentado o trem-bala e agora quero mais! =)

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