21 August 2006

Final de semana tem sido sempre corrido para a gente. Isso porque ainda estamos procurando apartamento, então temos que conciliar o turismo com essa obrigação que, claro, é gostosa - afinal, estamos procurando nosso cantinho, né? E aqui tem que ser escolhido mesmo a dedo porque como é muito caro o pagamento inicial, então nós podemos nos dar ao luxo de ficar mudando, sem contar que mudança é um saco (eu, pelo menos, acho!). Não sei se já comentei aqui, mas no Japão se paga quase sete meses adiantado de aluguel no momento da assinatura do contrato: dois meses de depósito, dois meses de aluguel antecipado, um mês para de comissão para a agência e, em alguns casos, dois meses de uma coisa que eles chamam key money – que nada mais é do que um agradecimento ao dono do imóvel por lhe confiar a propriedade dele. É uma luta!

Então, no sábado fomos olhar apartamentos. Algumas coisas chamam a atenção da gente, como, por exemplo, a quantidade de trancas que, muitas vezes, são colocadas na porta principal do apartamento. Aqui o índice de criminalidade é baixíssimo. Paul não resistiu e perguntou ao corretor a que se devia esse “fenômeno”. Ele explicou que os estrangeiros se sentem melhor quando há uma segurança reforçada no imóvel e que os donos de apartamento já perceberam isso e estão atendendo a essa exigência do mercado – nos bairros onde, tradicionalmente, os estrangeiros escolhem propriedades.

Outra coisa, a maioria dos edifícios tem uma escada de emergência no balcão/varanda/terraço. Em caso de terremoto ou incêndio, você abre uma portinha de emergência que lança uma escada para o andar de baixo. E assim, vai de andar em andar. Algo que jamais funcionaria no Brasil porque eu mesmo morreria de medo de que o sistema de emergência fosse usado para outros fins, como esvaziar meu apartamento.

E, para finalizar, o fato de que a maioria dos apartamentos tem um sistema de secar roupas dentro do banheiro. Funciona da seguinte forma: você estende suas roupas em duas barras que ficam em cima da banheira e aciona a secadora (que fica no teto do banheiro). Você pode programar o tempo, o tipo de secagem etc e tal. Foi a alternativa encontrada pelos japoneses para compensar a falta de espaço para uma secadora de roupas tradicional. Eles também não têm restrições quanto a estender roupa na varanda. Eu, particularmente, acho feio, mas dizem que o usar a secadora constantemente contribui para uma conta gorda de energia – que aqui é muito cara.

E ontem, domingo, fomos para a casa de um dos colegas de trabalho de Paul. Ele mora em Chofu – que fica a uns 30 minutos daqui de casa no trem expresso. Foi super bacana. Foram outras pessoas da empresa, as namoradas e também os vizinhos do dono da casa. Tinha gente de uns oito países, tudo misturado. Um churrasco gostoso, com direito a violão e muita conversa. Parecia até churrasco brasileiro – ou seja, bem diferente do jeito kiwi de fazer o barbecue. Chegamos em casa eram mais de 10h da noite exaustos. Mas, valeu demais. As esposas se reúnem sempre para trocar idéias, cozinhar, se exercitar e fazer compras juntas (os maridos saem para trabalhar cedo e só voltam tarde) e me convidaram para fazer parte do “clube”. Agora que já sei o caminho, quem sabe não volto, não é? Afinal, quanto mais gente eu conhecer, melhor. Sem contar que será uma ótima oportunidade para aprender a cozinhar e, também, treinar o japonês.

2 comments:

Anonymous said...

Gisele,
Por enquanto não se preocupe em mandar-me e-mail.Estou lendo o seu blog todos os dias.
Já começastes as aulas de japonês?
Um beijo bem grande.
Sucesso.
Elias Terto

Gisele Scantlebury said...

Pai, minhas aulas começam amanhã (quarta-feira). Vão acontecer duas vezes na semana (2horas de aula por dia). Vou também pegar uma carona nas aulas do Paul na empresa dele - eles liberam minha entrada. Essas vão ser também às quartas, mas no horário da noite. Vou aprender nem que seja na marra, né?