Passamos mais de um mês sem portão por conta da velhinha que trocou o acelerador pelo freio e atropelou o bendito. Pois bem, agora que temos portão parece que não temos a segurança que o mesmo deveria proporcionar. Hoje de manhã, quando Paul estava indo trabalhar ele percebeu que uns pedaços de vidro no chão da garagem. Eram pedaços de vidro do carro dele. Os marginais quebraram o vidro do banco de trás do motorista para roubar algo que não estava à vista porque Paul nunca deixa nada dentro do carro. Acho que eles estavam apostando no escuro por se tratar de um "carrão". Não levaram nada porque o carro do Paul só abre as portas com a chave ou por meio do alarme. É impossível abrir as portas de outro jeito - se as mesmas estiverem travadas, lógico. Eles só conseguiram baixar um pedaço do banco traseiro e puxar o cobertor que Paul sempre deixa na mala do carro. Mas, nem isso eles levaram porque, convenhamos, não valia a pena. A sorte é que Paul ontem à noite subiu com o laptop dele para o apt. Do contrário, eles poderiam ter levado se conseguissem alcançar.

O prejuízo não é nosso porque o carro é segurado pela empresa onde ele trabalha. Mas, a dor de cabeça é e também a revolta, a indignação. Meu chefe disse que devíamos nos dar por felizes pelo fato de que eles não vandalizaram ainda mais por não ter conseguido levar nada do carro. Pode?!? Estragam o patrimônio e ainda temos que ser gratos por não terem feito nada pior. Meu carrinho estava estacionado ao lado, mas nada sofreu. Se eles tivessem aberto minha mala, teria encontrado um monte de roupas que separei para o Exército da Salvação e também um presente que comprei para uma amiga. Nada além disso.

Informamos ao síndico do prédio que nos aconselhou a registrar queixa, mas disse que não poderia fazer nada além disso. Disse a Paul que deveríamos registrar a ocorrência sim porque isso muda as estatísticas sobre o fato de um bairro ser considerado seguro ou não. É como marido rico que bate na mulher. Ela, por vergonha e para manter a imagem da família, não vai na delegacia. Aí, só ficam registrados os casos em bairros onde a população é de baixo poder aquisitivo. E assim caminha a humanidade....