24 November 2005

Greve e Fogos!

A Nova Zelândia ontem foi notícia internacional por uma greve inédita no mundo: a de funcionários da Starbucks, uma das maiores redes de cafeterias mundiais. Os trabalhadores pararam para exigir uma remuneração mínima de $12/hora - de acordo com a lei trabalhista da NZ, o mínimo que se pode pagar a um adulto acima de 18 anos é $9,50. Alguns funcionários da Starbucks, que tem cerca de 10 mil lojas espalhadas em diversos países, recebem $10 por hora. A rede tem 10 pontos de venda em Auckland.

A porta-voz da Starbucks disse ontem que a companhia paga além do mínimo exigido por lei e que não são todos os funcionários que recebem $10/hora. A questão, de acordo com os funcionários, é que além, do baixo salário, eles não têm um volume fixo de horas por semanas. Essa semana por exemplo, eles podem trabalhar 30 horas, semana que vem 40 e na seguinte apenas 12 horas. Isso porque o contrato dele é part-time e não há garantia de horas mínimas a serem trabalhadas. Seria de "acordo com a conveniência". Eles também alegam que têm que pagar, do próprio bolso, pelo fardamento (isso eu achei um absurdo).

Eu achei a greve meio estranha, confesso. Isso porque eu sempre soube ou acreditava que emprego em rede de fast-food é coisa para adolescente (não estou dizendo que adolescente tem que ganhar pouco). Tinha a visão de que era coisa de "primeiro emprego" ou trabalho temporário que os estudantes pegam nas férias, o que é muito comum e também em outros países do mundo. Não era coisa, na minha cabeça, para quem quer fazer carreira. Seria, apenas, um começo. Mas, um dos funcionários que deu a entrevista a um programa de TV disse trabalhar para Starbucks há dois anos. Detalhe: ele só tem 16 anos, portanto, começou a trabalhar aos 14 anos. Para mim, ele já estaria ganhando muito bem, obrigada, porque o mínimo que se pode pagar a alguém menor de 18 anos é $7 e alguma coisa. Ele recebe $10.

Acho o direito da greve legítimo, afinal uma das partes se sente prejudicada. A questão é que mão-de-obra para esse tipo de trabalho aqui não é escassa. Fico me perguntando se esses jovens grevistas não arriscaram demais. Se não conseguirem o aumento ou, até mesmo manter seus empregos, eles, pelo menos, entraram para história.

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O New Zealand Herald noticiou hoje que o Guy Fawkes (período em que é permitido soltar fogos de artíficio) foi o pior dos últimos 10 anos para os serviços de emergência. A polícia e o corpo de bombeiros receberam aproximadamente 2 mil chamadas durante os 10 dias de vendas dos fogos. Os bombeiros receberam mais de 700 chamadas relativas a incêndios gerados por fogos de artício em matas, prédios, carros, latas de lixo, caixas de correio, entre outros. A polícia antedeu outros 1,200 chamados por incidentes relacionados com os fogos.


Com os números dá para entender melhor os motivos pelos quais algumas pessoas querem que os fogos sejam proibidos indefinidamente - como na Austrália.

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