11 September 2006

Sexta, 08 de setembro

Sempre ouvia as pessoas dizerem “se você não pode com o inimigo, junte-se a ele”. Resolvi adotar o ditado para parar de brigar com Paul quando ele quer fumar e não conseguimos encontrar uma área onde é permitido. A Vânia me explicou que o que é proibido é jogar as cinzas e o resto do cigarro no chão, mas pode fumar sim. Então, eu fui na loja de 100 Yen e comprei um cinzeiro portátil. É um negócio bem prático. Parece um tudo de caneta, mas é, na verdade, para aliviar a ansiedade dos fumantes. Você tira da bolsa, o indivíduo usa e, depois, é só jogar o lixo no lixo. Para evitar que minha bolsa fique podre a cigarro, vou colocar dentro de uma sacola plástica pequena. Vai me dar mais trabalho, mas, pelo menos, encerra a discussão e eu não me sinto tão mal quando ele, simplesmente, resolve ignorar à lei e joga o cigarro dele no chão. Tenho vontade de matar! Outra opção é usar um a cada vez, afinal não é caro. Assim, quando ele terminar de fumar, eu jogo tudo no lixo... vou pensar no assunto com carinho.

Assinei meu contrato com o International Press. Agora, sou uma pessoa contratada!!! Serão três meses de experiência para mim e para o jornal. Ao final desse período, vamos reavaliar as possibilidades. Mas, sem dúvida, é um excelente e quase inesperado começo. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde conseguiria um trabalho, fosse como professora de inglês para crianças, babá, auxiliar de escritório ou qualquer coisa do gênero. Mas, confesso, eu não estava tão esperançosa de ser uma jornalista de novo. E também não esperava que fosse acontecer em tão pouco tempo. Pensei que curtiria a vida de madame por mais um mês ou dois. A vida dá mesmo muitas voltas! Vamos, então, tirar a poeira do diploma!

Antes de Paul voltar do trabalho, eu fui para casa da Vânia em Shinagawa (é só uma estação depois ou antes da minha – dependendo da direção que se viaje). Ela me passou umas dicas de escolas de japonês e também conversamos um pouco sobre as experiências dela em Tóquio. Nós temos impressões parecidas sobre alguns aspectos, mas a Vânia não gosta muito do Japão. Aliás, ela não vê a hora de voltar para Alemanha – onde viveu quatro anos com o marido antes de vir para cá. Eles, como eu, sentem falta do silêncio. Como já disse, povo japonês em si não é barulhento, mas de resto não se tem muita paz não. É barulho de trem, de metrô, de trânsito, das maquininhas eletrônicas, os alto-falantes. Barulho, barulho, barulho! Ainda bem que conseguimos um apt numa área tranquila. Podemos abrir as janelas do apt sem problema, coisa quase rara por aqui.

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