01 September 2006

Comprei um remédio para dor de cabeça na base da muganga (um mix de careta, mímica e som em nordestinês). O farmacêutico entendeu, mas, não satisfeito com a quase comunicação já estabelecida, resolveu me explicar a composição do medicamento. Eu prestei atenção, lógico, mas não entendi nada. A única coisa que ficou clara é que eu deveria tomar dois comprimidos. Excelente! A sorte é que não tenho alergia a nenhum tipo de remédio e acho que era isso que o farmacêutico estava tentando evitar porque eu não acredito que ele estivesse apenas interessado em prolongar nossa conversa. Outro dia até vi um anúncio de uma farmácia onde os funcionários falam inglês. Talvez eu deva descobrir onde é para o caso de uma emergência ou algo que não seja possível explicar por meio de muganga.

De uma forma geral, o Japão não é um país para alérgicos que não falam japonês (lógico!). Porque ficam impossível saber a composição das coisas, ler um menu de restaurante, a bula de um remédio. Então, meu amigo, se você tem alergia a alguma coisa, peça ajuda para alguém antes de comprar um alimento ou medicamento.

Outra coisa que observei é a falta de facilidade para deficientes físicos ou visuais. Às vezes eu fico parada no sinal de pedestre porque fico esperando o sinal auditivo que estava acostumada a ouvir em Auckland e que era, lógico, destinado aos cegos. As estações do metrô ou trem nem sempre têm elevadores ou facilidades para pessoas com dificuldade de locomoção (deficientes ou não). Rampas também não são comuns. Tudo é na base dos degraus. Outro dia até vi em uma estação um tipo de elevador para pessoas que utilizam cadeira de rodas. Era na verdade uma espécie de trilho onde você encaixa a cadeira e sobe as escadas. Interessante... Fico me perguntando se a população de deficientes aqui não é grande o suficiente para justificar os investimentos necessários ou se eles (deficientes) não saem de casa.

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