De tirar o chapéu

Se tem uma coisa da qual não posso reclamar aqui no Japão é do atendimento nos órgãos públicos. Nunca vi algo parecido no Brasil ou na Nova Zelândia. Os funcionários se desdobram para lhe atender bem - mesmo não falando sua língua e você não falando a deles - e você sai de com seu problema resolvido, sem ter que apelar para o jeitinho ou tentar driblar o sistema. Pelo menos essa tem sido minha experiência até agora.

Tudo bem que o governo japonês é bem parecido com o governo brasileiro é uma coisa: burocracia. Nossa, eles adoram um papel, fila, senha, livretos explicativos, marcar horário para resolver as coisas, isso e aquilo. Enfim, é tudo muito organizado e nos mínimos detalhes. A diferença é que aqui, as coisas funcionam. Detesto fazer esse tipo de comparação, mas é inevitável.

Só tenho três explicações para isso: 1) os funcionários são bem pagos; 2) são bem treinados; ou 3) simplesmente gostam do que fazem e vêem os cidadãos como pagadores de impostos e que merecem ser tratados com respeito e terem suas necessidades atendidas.

Não estou falando isso porque fui à prefeitura ou qualquer outro órgão apenas uma vez. Já voltei algumas vezes e nunca esperei muito para ser atendida ou tive vontade de esganar a pessoa que me atendeu. Também nunca saí com mais dúvidas do que quando cheguei, o que já é um excelente sinal.

O único lugar onde passei horas para resolver algo foi na imigração. A fila era gigantesca e fiquei quase 4 horas lá. Mas, fui bem atendida e resolvi o que precisava resolver. A eficiência dos japoneses ainda me surpreende.